sábado, 27 de fevereiro de 2010

Conheces o outro?

“Chuang Tzu e Hui Tzu
Atravessavam o rio Hao
Pelo Açude.

Disse Chuang:
‘Veja como os peixes
Pulam e correm tão livremente:
Isto é a sua felicidade’.

Respondeu Hui:
‘Desde que você não é um peixe,
Como sabe
O que torna os peixes felizes?

Chuang respondeu:
‘Desde que você não é eu,
Como é possível que saiba
Que eu não sei
O que torna os peixes felizes?’

Hui argumentou:
‘Se eu, não sendo você,
Não posso saber o que você sabe,
Daí se conclui que você,
Não sendo peixe,
Não pode saber o que eles sabem.’

Disse Chuang:
‘Um momento:
Vamos retornar
A pergunta primitiva.
O que você me perguntou foi
‘Como você sabe
O que torna os peixes felizes?’
Dos termos da pergunta
Você sabe evidentemente que eu sei
O que torna os peixes felizes.
Conheço as alegrias dos peixes
No rio,
Através da minha própria alegria, à medida
Que vou caminhando à beira do mesmo rio”. - A via de Chuang Tzu

Milagres

"Bankei estava pregando tranquilamente a seus discípulos, um dia, quando seu discurso foi interrompido por um padre de outra seita. Essa seita acreditava no poder dos milagres e achava que a salvação vinha da repetição de palavras sagradas.

Bankei parou de falar e perguntou ao padre o que ele queria dizer.

O padre começou a alardear que o fundador de sua religião podia ficar na margem de um rio, com um pincel na mão, e escrever um nome sagrado num pedaço de papel que o assistente segurava na outra margem.

O padre perguntou: Que milagres você pode fazer?

Bankei replicou: Apenas um. Quando estou com fome, eu como e quando estou com sede, eu bebo." (Steiner, N.C. Monja Coen: a mulher nos jardins do Buda. p.186)

sábado, 30 de janeiro de 2010

Esquizofrênico é dado como “morto-vivo”

http://blogs.estadao.com.br/sinapses/esquizofrenico-e-dado-como-morto-vivo/

* Por Claudia Belfort

Enviado pelo leitor Denny Yang – nome verdadeiro*. Seção Vozes (veja aqui como participar)

Como a esquizofrenia é misteriosa, quando o paciente vai a um psiquiatra, mais ou menos depois de dois meses de apresentar um comportamento estranho, e em seguida recebe o diagnóstico, seu círculo social não entende o que se passa. Começa a se desenhar um movimento que vou chamar de “negação de vida” do círculo social para o paciente.

Ele é visto como um quadro clínico. Chama-se “X”, mas na verdade ele não é mais “X”. As pessoas querem entendê-lo, mas é difícil entender o que está por dentro de seu nome. Ele virou um quadro de sintomas, que são “alucinações, sintomas positivos, negativos, paranóia, de perseguição, delírios, visões políticas ou alienígenas ou fantasmagóricas”. Ele virou essa frase dentro das aspas. Não é mais “X”, portanto, não tem mais personalidade. “X” é apenas uma roupa. Por dentro, está morto. Essa é sua nova imagem. E essa é a “negação de vida” que os meses seguintes, ou os anos seguintes, proporcionarão ao paciente.

Claro, isso tudo é em um plano, em uma parte, que varia entre as pessoas e certamente não vale para todas, para todos os círculos sociais ou para todos os familiares e amigos. Muitos não fazem o que chamei de “negação de vida”, por mais que tenham essa tendência instintiva, advinda provavelmente da cultura da sociedade em geral.

O paciente, ao receber esse tipo nova imagem, se assusta, e num plano de quase-paradoxo, pensa em sentidos metafísicos e/ou divinos para explicar o porquê de estar em tal situação absurda e aterrorizante, onde ele é o único que acredita em si mesmo, que acredita que por dentro não morreu, que quer viver, pois dentro de si jaz “vida”. Além de também não fazer a mínima ideia do que é esquizofrenia, um mistério mesmo para os médicos e cientistas e psicólogos.

No caso do esquizofrênico, ele é dado como “morto-vivo”, como “morto por dentro”, como “corpo sem alma”, ou “corpo sem luz”. Corpo sem vida. É coisificado, já que “coisa” não tem vida, é apenas corpo sem alma. Pensar em “prova divina”, “fé”, “inferno existencial”, por estar em situação tão absurda de “morto-vivo”, sentimentos naturais nesse pesadelo do diagnóstico, apenas fornece argumento ao movimento de “negação de vida”: “ah, ele pensa em Deus e o Diabo, ele pensa em inferno, por que?. Porque ele tem o sintoma-de-Schreber” (um exemplo esdrúxulo. Schreber é o caso clássico de Freud na esquizofrenia, no qual o paciente se sentia perseguido no plano divino).

Muitos lutaram contra essa “negação de vida”, filósofos, escritores, médicos, psiquiatras e psicólogos, pacientes de esquizofrenia, mas a superação desse movimento de “negação de vida” se dá aos poucos, e com muito sofrimento, principalmente do diagnosticado, ainda mais porque a doença continua sendo um mistério mesmo para os cientistas e médicos. A aquisição de respeito pela vida interior do paciente de esquizofrenia é uma luta gradual, e também tem o caráter de reaquisição do direito de ser respeitado como ser humano e com luz interior que todos os seres humanos têm ao nascer.

Aos poucos, e até devido ao surgimento de novas doenças mentais em maior quantidade da população, como depressão, síndrome do pânico, transtorno obsessivo compulsivo etc., esse movimento contra a “negação de vida” vai ganhando espaço, e mais pessoas conseguem respeitar e aceitar a vida mesmo dentro de pacientes “mentais”. E os pacientes precisam aceitar seu próprio diagnóstico, aceitar que a esquizofrenia, assim como a psicanálise, existe, está difundida e influencia a sociedade.

Torço para que a tendência seja não de a doença acabar, ou se extinguir, longe disso (sendo realista), torço para que os diagnosticados sejam vistos como pessoas com vida por dentro, com própria personalidade, e com, assim, “aceitação de vida” ao paciente, o que facilitará muito uma possível recuperação completa, assim como sua vida e de seus familiares.

“ Denny Yang, 31, é escritor e autor de “Isabelle”, e foi diagnosticado com esquizofrenia em 1999, tendo remissão total em 2005.”

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O Positivo se Alimenta do Negativo

Parece-me
que na maioria das trajetórias de sucesso de um homem ou uma mulher tem uma
história de um menino pobre e uma menina pobre. Essa influência mostra que o
positivo se alimenta do negativo.
Se alguém fica doente, a farmácia ganha dinheiro, o hospital, o médico, o taxista, o hotel, o supermercado...

Em todas as profissões, existem exemplos assim. Picasso disse que para construir é preciso destruir.

Entendo que é na queda que a água ganha força, move turbinas e gera energia.
Quando você cai, você ganha força.

Na minha história de vida, relembro a infância pobre sempre, o que me dá força, eu me lembro também dos erros mais recentes que me proporcionaram uma alavancagem muito grande na vida.

O problema é na verdade uma grande universidade.
E o problema nunca é o problema...
É a atitude que temos diante dele.
Um campeão não se conhece pelo tamanho do tombo. Um
campeão se conhece pela capacidade em levantar-se.

Enquanto uns enxergam a metade do copo que
ficou outros apenas lamentam-se pela outra metade que foi embora.

Na verdade o que impulsiona tudo na vida são os sonhos e os ideais que se
transformam em metas que são sonhos com datas marcadas.

Uma pessoa que não tem um ideal nem um guindaste a tira da cama de manhã cedo.

Aprendi sonhando de olhos abertos em minha vida!
Aprendi que produto em estoque não vende... Só na vitrine.
Então, como profissional na vida, é preciso sair da casca, dar a cara para bater, ousar,
aprender, estudar, ter iniciativa, enfrentar desafios e ter medo, mas ir em frente apesar dele.

Quando vem uma crise, por exemplo, muitos pisam no freio e outros continuam acelerando.
O que acontece?
Quem pisa no freio sai do mercado, o deixa maior.
E quem pisou no acelerador acaba herdando um mercado sem muita concorrência e começa a fazer resultados.

Daí quem pisou no freio quer voltar, mas a água do rio já passou.
O conselho é aproveite um momento de dificuldade com olhos bem abertos para aprender.
O desejo de aprender é que move o mundo.

Quem move o mundo são os insatisfeitos...
Mas insatisfeitos com motivação e atitude, são eles que geram essa energia, que buscam mais, que constróem a excelência.

O otimista enxerga oportunidades nas dificuldades
e o pessimista enxerga apenas dificuldades nas oportunidades.
E, pior ainda, tem muito pessimista que se diz realista.

Pense nisso, um forte abraço e esteja com Deus!
De Gilclér Regina

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Prosperidade

"Prosperidade está na sua alma. Prosperidade está no seu ser. Pureza, devoção e reverência garantem a prosperidade” – Yogi Bhajan

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Relacione-se

"Você é aquilo com que/quem se relaciona. Se você se relaciona com o Infinito, você é infinito. Mas se você se limitar, então, você é limitado." Yogi Bhajan

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Curiosidade


O que seria do ser humano se não fosse a curiosidade?

É instigante tentar se apropriar daquilo que não conhecemos. Talvez, por um fator competitivo, de poder. Quem sabe mais está a frente? Acredito entrar, desta forma, num beco que leva ao MEDO de NÃO CONHECER. Por que, então, nos preocupamos que TEMOS que saber?

Por outro lado, é inegável que a curiosidade pode ser um traço comportamental ligado a evolução e a tão sofisticada tarefa de criar um existir diferenciado, facilitado, protetor, confortável, que fica além da mera tarefa de sobreviver e reproduzir. Um comportamento conectado a evolução porque nos torna aptos a permanecer na existência (quer seja pelo sucesso ou fracasso da curiosidade, já que somos seres históricos) e nos configura como um agente perturbador do meio no qual nos inserimos, independente da intensidade que a ação posterior ocasionar. Um exercício do viver porque a curiosidade e a NOVIDADE estão imbricadas*. Procuramos o novo constantemente. O novo nas pequenas coisas. O novo em assuntos diversos. O novo na profundidade de um mesmo tema.

Muitas informações que nos traz a curiosidade são, de fato, de não utilidade. O que faz nossa vida melhor saber sobre uma celebridade? Sobre os lançamentos de smartphone, se não utilizaremos? De Manolo Blahnik, se não compraremos? Uma alienação necessária para deixar mais leve a vida?

Nossa curiosidade pode não ser tão governada pela funcionalidade do dado coletado. Questões mais sutis e SIMBÓLICAS como desejo, fantasia, sensações, experimentações imaginárias podem ser propulsoras importantes neste processo.

E a você, curioso leitor, o que te instiga?
Por Simone

* Para quem se interessar, pelo assunto novidade e curiosidade, acesse este artigo: http://ceicuriosity.tripod.com/kashdan_CEI_curiosity.pdf