terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Curiosidade


O que seria do ser humano se não fosse a curiosidade?

É instigante tentar se apropriar daquilo que não conhecemos. Talvez, por um fator competitivo, de poder. Quem sabe mais está a frente? Acredito entrar, desta forma, num beco que leva ao MEDO de NÃO CONHECER. Por que, então, nos preocupamos que TEMOS que saber?

Por outro lado, é inegável que a curiosidade pode ser um traço comportamental ligado a evolução e a tão sofisticada tarefa de criar um existir diferenciado, facilitado, protetor, confortável, que fica além da mera tarefa de sobreviver e reproduzir. Um comportamento conectado a evolução porque nos torna aptos a permanecer na existência (quer seja pelo sucesso ou fracasso da curiosidade, já que somos seres históricos) e nos configura como um agente perturbador do meio no qual nos inserimos, independente da intensidade que a ação posterior ocasionar. Um exercício do viver porque a curiosidade e a NOVIDADE estão imbricadas*. Procuramos o novo constantemente. O novo nas pequenas coisas. O novo em assuntos diversos. O novo na profundidade de um mesmo tema.

Muitas informações que nos traz a curiosidade são, de fato, de não utilidade. O que faz nossa vida melhor saber sobre uma celebridade? Sobre os lançamentos de smartphone, se não utilizaremos? De Manolo Blahnik, se não compraremos? Uma alienação necessária para deixar mais leve a vida?

Nossa curiosidade pode não ser tão governada pela funcionalidade do dado coletado. Questões mais sutis e SIMBÓLICAS como desejo, fantasia, sensações, experimentações imaginárias podem ser propulsoras importantes neste processo.

E a você, curioso leitor, o que te instiga?
Por Simone

* Para quem se interessar, pelo assunto novidade e curiosidade, acesse este artigo: http://ceicuriosity.tripod.com/kashdan_CEI_curiosity.pdf

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